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João Matos Fernandes, Ministro do Ambiente diz que carros diesel vão perder valor, ACAP desmente!

By on 28 Janeiro, 2019

O Ministro do Ambiente, João Matos Fernandes abriu a boca para dizer uma frase que deixou o setor automóvel em pânico. Disse o ministro que “quem comprar carros a diesel, não terá valor na troca daqui a quatro anos”. Para o ministro, não faz sentido na próxima década comprar carros a gasóleo e que não será preciso reforçar o subsidio à aquisição de carros elétricos nem conceder incentivos ao abate.

Claro está que João Matos Fernandes não faz a mínima ideia do impacto que uma declaração daqueles tem no setor e nos consumidores e não tardaram a surgir as reações nas redes sociais, profundamente desagradáveis para o ministro, com alguns mimos e até a exigência da demissão.

Começando pelo princípio, não há carros a diesel, mas sim a gasóleo. Há, sim, motores diesel que devem o nome ao homem que inventou a tecnologia, Rudolf Diesel. Os motores a gasolina foram inventados por Nikolaus Otto. Depois, dizer que esta sanha persecutória dos motores diesel é absolutamente desprovida de sentido. Primeiro porque há formas de controlar as emissões menos simpáticas dos motores com este ciclo de funcionamento, depois porque com a sua eliminação teremos um problema gravíssimo de contaminação com CO2. Finalmente, para haver gasolina, produz-se gasóleo. O que fazer ao gasóleo que não será usado?

Uma vez mais, os governantes decidem em cima do pânico e não com razoabilidade. No caso do governante português, presume-se que seja um problema de desconhecimento e vontade de dizer algo que pareça bem.

O “anúncio” feito por João Matos Fernandes foi, imediatamente, contrariado pela ACAP. O secretário geral da ACAP, Hélder Pedro, adiantou que muitos clientes foram contactar concessionários, alarmados com esta putativa desvalorização dos seus carros, muitos deles acabados de comprar.

Posteriormente, em comunicado, a ACAP lançou luz sobre o assunto, dizendo que as declarações do Ministro do Ambiente “podem resultar de um desejo do Senhor Ministro, mas não têm qualquer correspondência com a realidade. Portugal está integrado na União Europeia e não existe qualquer regulamentação que aponte no sentido das declarações do Senhor Ministro. Lamentamos que o Senhor Ministro não tenha ponderado o impacto das suas palavras na atividade das empresas do sector automóvel.”

Adianta o comunicado que “ao proferir esta declaração, deveria ter tido em consideração que a industria automóvel é a principal indústria exportadora em Portugal e que o sector automóvel é o principal contribuinte líquido do Estado, ao ser responsável por mais de 25% do total das receitas fiscais.”

Conclui o comunicado que “face às declarações do Senhor ministro do Ambiente, a ACAP confirma que não está prevista qualquer alteração de legislação, a nível europeu, que implique qualquer desvalorização dos veículos diesel nos próximos anos” reforçando que “a indústria automóvel está fortemente empenhada na redução\ao das emissões dos veículos.”

A primeira reação da parte das marcas veio da SIVA, pela voz de Ricardo Tomaz, diretor de relações externas. Para aquele responsável da empresa que representa várias marcas do grupo VW, “num mercado onde o diesel domina, são imprudentes quaisquer projeções que possam criar alarme injustificado quer nos possuidores de veículos a gasóleo, quer nos agentes económicos do setor.” Para Ricardo Tomaz, “o diesel bom irá substituir o diesel mau por muitos e bons anos.” Portanto, não há necessidade de entrar em pânico por causa de mais um momento menos feliz de um ministro.

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