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Lancia Ypsilon: O começo de uma nova era

Lancia guarda o melhor para o fim no que diz respeito ao design dos seus modelos

By on 21 Novembro, 2022

Ainda antes de chegarmos ao dia em que a marca italiana nos vai revelar alguns dos elementos de design que vão caracterizar os seus modelos nos próximos anos, a Lancia mostrou-nos os modelos da sua história que usou como referência.

O Lancia Design Day realiza-se já no dia 28 de novembro e será o evento em que a marca italiana nos vai mostrar a sua nova imagem e algumas das ideias que pretende aplicar nos seus futuros modelos. Segundo nos é dito pela própria Lancia, são alguns dos seus modelos mais históricos que lhe serviram de inspiração. Mas, dos nove modelos mencionados como ponto de partida – e que foram divididos em três fases – o melhor ficou mesmo para o fim. E nesta terceira fase, podemos recordar três verdadeiros ícones do mundo automóvel e três dos mais incríveis modelos da história desta fabulosa marca: O Delta Integrale, o Rally 037 e o Stratos.

“Poder inspirar-se em automóveis como o Delta, o Rally 037 e o Stratos é o sonho de toda a gente. Brutais e eficientes, estes três automóveis fizeram da Lancia a marca mais premiada da história dos ralis. As suas formas primárias, geometrias radicais, faróis traseiros redondos e asas aerodinâmicas são elementos que fazem parte da nossa história de design e que nos inspiraram na criação dos futuros modelos da Lancia”.

Luca Napolitano, CEO da Lancia

Lancia Stratos, “perfeito como um fato de corrida que molda os músculos”.

O Lancia Stratos era, na verdade, um carro de corridas “brutal e eficiente” nascido para ganhar, quebrando o molde de tão diferente que era dos restantes modelos da sua época.

Inspirado no protótipo “Strato’s Zero” de 1970 – construído por Bertone a partir de um design de Gandini – a sua versão final foi introduzida em 1971, com um futurista formato em cunha e um motor V6 do Ferrari Dino 246. A sua frente afilada combina bem com os arcos das rodas, enquanto o pára-brisas inclinado incorpora o pilar dianteiro e continua para os vidros laterais. O tejadilho declina-se verticalmente para o vidro traseiro, abraçado pelo grande capô do motor. Destacam-se na sua traseira os faróis redondos e uma agressiva asa.

Quando Nuccio Bertone, o inventor do protótipo, viu a versão final do Lancia Stratos afirmou ser “perfeito para o condutor e para o copiloto como um fato de corrida que molda os músculos”.

Tudo neste automóvel foi projetado para as competições de ralis, do capô à carroçaria muito leve, do tipo concha – incluindo os respetivos pára-choques – com uma abertura de grandes dimensões para permitir reparações mais rápidas nas assistências. Além disso, também os interiores do Lancia Stratos foram revolucionários, concentrando-se, inteiramente, no condutor, tendo sido desenhados para alcançar resultados e provocar emoções: dois bancos e apenas dois compartimentos para os capacetes, no que é, também, uma característica distintiva mesmo na sua versão de estrada. O chamado “color-blocking” dos interiores cria um efeito contrastante contínuo, parte do ecleticismo típico da Lancia, recorrendo às cores primárias azul, vermelho e amarelo.

Vencedor por três vezes consecutivas do Rali de Monte Carlo, o Lancia Stratos HF de Grupo 4 garantiu dois títulos no Campeonato do Mundo de Ralis – Construtores (1975 e 1976), bem como um cetro no Campeonato da Europa de Ralis – Pilotos, seguindo-se a vitória de Sandro Munari na então Taça do Mundo FIA de Ralis – Pilotos de 1977.

A partir de 1975, o Lancia Stratos passou a exibir a decoração branca e verde da Alitalia, desenhando um duplo logo da companhia aérea, baseado na bandeira italiana e harmonizado em cunha, levando à criação de uma das mais belas decorações da história do desporto automóvel.

Lancia Rally 037, o estilo agressivo e minimalista do Campeão do Mundo de Ralis de 1983.

Com formas “funcionais” e afiladas tanto à frente como na traseira, o Lancia Rally 037, mais conhecido como “037” – era esse o nome de código do projeto – é um modelo desportivo em termos puros que recorda a famosa vitória de David sobre Golias. O Lancia Rally 037 foi, em 1983, o último modelo de duas rodas motrizes a conquistar o Campeonato do Mundo de Ralis, batendo os mais fortes adversários de tração integral.

A sua estrutura original mista, monocoque e tubular, foi desenhada pelo atelier Pininfarina, exibindo uma carroçaria agressiva e elegante, capaz de fornecer uma significativa carga aerodinâmica. Para maximizar a sua eficiência, era feito em poliéster com reforços em fibra de vidro, com as duas coberturas do motor e carroçaria muito leves e que podiam ser completamente desmontadas.

Interiores minimalistas e racionais são essenciais num carro de ralis, tal como alguns dos “apêndices” aerodinâmicos, nos montantes e na traseira, incluindo um impressionante ‘spoiler’ traseiro, que melhorou ainda mais o seu desempenho.

Criado com base no Beta Montecarlo, o Lancia Rally 037 não nasceu para ser produzido em grandes volumes, apenas se produzindo as versões de estrada para facilitar a sua inscrição no universo dos ralis.

A estreia oficial da versão de estrada do “037” ocorreu no Salão Automóvel de Turim de 1982. No ano seguinte, o Lancia Rally 037 conquistou o Campeonato do Mundo de Ralis – Construtores, foi segundo no Mundial de Pilotos e garantiu os títulos europeu e italiano de ralis, com Miki Biasion, piloto que, pouco tempo depois, viria a integrar a equipa oficial da Lancia Martini.

O design do Lancia Delta, o carro de ralis de maior sucesso de sempre.

O simples pronunciar do nome Delta faz “estremecer” os entusiastas do mundo automóvel e os fãs dos ralis em todo o mundo. Mais, traz instantaneamente à memória o ano de 1988, quando o Delta HF 4WD, modelo que marcou a entrada da Lancia no mundo das berlinas de tração às quatro rodas, evoluiu para o icónico Delta HF Integrale, modelo lembrado por todos pela sua frente agressiva, generosa entrada de ar e arcos de roda alargados, para acomodar os pneus de grandes dimensões.

Ao longo dos anos, o modelo foi sendo alvo de uma série de evoluções técnicas e estilísticas: ao Delta HF Integrale 16V, com a sua imponente “bossa” sobre o compartimento do motor, para poder acomodar a nova cabeça de motor, seguiu-se o Delta HF Integrale 16V Evoluzione, com guarda-lamas ainda mais proeminentes e dotado de um imponente ‘spoiler’ traseiro.

A marca italiana produzia, assim e a partir deste extraordinário automóvel compacto de estrada, o modelo mais bem-sucedido de todos os tempos no mundo dos ralis: nas suas quatro evoluções, o Lancia Delta HF, de tração integral, alcançou um recheado palmarés, dele destacando-se seis títulos de Construtores do Campeonato do Mundo de Ralis (de 1987 a 1992); quatro títulos de Pilotos do Campeonato do Mundo de Ralis (de 1987 a 1989 e depois em 1991); um troféu de Produção (Grupo N) do Campeonato do Mundo de Ralis (1987); seis títulos de Campeão da Europa de Ralis (de 1987 a 1991 e em 1993), mais dois cetros de Produção (Grupo N) do Europeu de Ralis (1988 e 1989).

O Lancia Delta HF Integrale foi, assim e por um lado, um modelo de sonho para os apaixonados pelo mundo do desporto automóvel, mas também, por outro lado, um autêntico pesadelo para os seus adversários, que tiveram de se vergar à sua supremacia.

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