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Luca de Meo terá uma missão complicada ao leme da Renault

By on 30 Janeiro, 2020

O executivo italiano terá uma missão muito mais dura que aquela enfrentada na Seat.

Desde logo, terá de fazer uso do seu conhecimento da cultura japonesa e recuperar a confiança da Nissan e dos seus responsáveis. O caso Ghosn abanou de forma violenta o alicerce de uma aliança que existe há 20 anos. Alicerce já de si frágil pois ao longo destas duas décadas, a Renault e a Nissan continuam a ser empresas independentes com laços financeiros pela posse de posição acionista e tecnológica por partilha de plataformas e motores. Porém, falta uma plataforma comum com capacidade elétrica, o que faz alguma confusão quando a Nissan e a Renault foram dos primeiros construtores a oferecer propostas para o mercado de veículos elétricos.

Luca de Meo terá uma gama maior do que na Seat, com a Renault, Alpine e Dacia e todos apontam alguma falta de experiência internacional, pois o italiano só trabalhou na Europa. As consultoras internacionais têm algumas dúvidas sobre a contratação feita pela Renault e há três questões principais que terão de ser respondidas: será ele capaz de reestruturar o negócio rebault? Tem ele o perfil necessário para liderar um negócio que se desenrola na Europa e na Ásia? Terá Luca de Meo a agilidade e a astúcia para lidar com as sempre complicadas relações entre franceses e japoneses?

Luca de Meo terá como presidente um homem vindo da Michelin, Jean Dominique Senard, que tudo tem feito para reparar os danos na relação entre a Renault e a Nissan. Terá de convencer o veterano francês que será capaz de regular o “cash flow” da empresa, atacado pela pobre performance da Nissan, que tem impacto no 43% do capital da Nissan, detido pela casa francesa. Essa indisponibilidade de dinheiro, pode levar a constrangimentos no investimento em pesquisa e desenvolvimento.

O novo CEO da Renault terá de desenhar um plano B caso a Aliança desmorone, pois separadas, Renault e Nissan não têm escala suficiente para serem bem sucedidas. Por outro lado, terá de lidar com a queda nas vendas da Renault e com o facto do novo Clio ser um sucesso, mas duramente atingido por problemas de produção que provocam longas listas de espera. Terá, igualmente, de acelerar o caminho para a mobilidade elétrica, pois corre o risco de acontecer o mesmo que com os monovolumes e ser ultrapassada se forma irremediável pelos concorrentes. Será ium desafio intenso que Luca de Meo irá enfrentar.

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