Marcas desaparecidas: Nardi

By on 7 Maio, 2024

Conhecida pelos excelentes volantes que ainda hoje fazem as delícias de todos os apaixonados pelos clássicos, a Nardi já foi um construtor automóvel. Enrico Nardi era um mecânico de competição com formação ao nível da engenharia mecânica e um piloto apaixonado pela velocidade.

A sua vida no universo automóvel começou na Lancia e foi ele quem teve o privilégio de testar o primeiro carro da Auto Avio Construzione (depois conhecida como Ferrari…) construído em Modena por um senhor chamado Enzo Ferrari. A vontade de competir com um veículo próprio levou Nardi a juntar-se a Augusto Monaco para criar o Nardi-Monaco Chichibio. Este era um carro equipado com o motor refrigerado a ar de 998 c.c. e 65 CV de origem JAP.

Mais potente que os motores 1750 c.c. da Alfa Romeo e montado transversalmente tendo acoplado uma caixa de cinco velocidades, este bloco JAP permitia ao Nardi-Monaco ser muito competitivo, como o provou nas provas de rampa. Com a inusitada tracção dianteira, grande leveza (apenas 305 kgs) e uma velocidade máxima de 180 km/h, o primeiro carro de Enrico Nardi foi um sucesso… na competição.

Em 1948, Nardi juntou-se desta feita a Renato Danese para construir carros de corrida, protótipos e pequenas séries baseadas em modelos de grande distribuição. Foi nessa altura que

surgiam os modelos mais famosos da Nardi, como o 750 ND (de Nardi-Danese) equipado com um motor BMW de 746 c.c. e 50 CV, retirado das motos do construtor bávaro.

O modelo era estranho com o motor colocado na dianteira e muitas vezes com as cabeças à mostra. A tracção era ao eixo traseiro e com um chassis tubular, foi um sucesso nas corridas de rampa dominando os seus rivais, nomeadamente, os MG Midget.

Finalmente, Enrico Nardi decidiu estabelecer a sua empresa sem associações, na Via Lancia em 1951 depois de ter feito algumas variações do Alfa Romeo 6C 2500. A Ufficine Nardi acabou por assinar a sua sentença de morte quando Nardi construiu o Bisiluro (em português, duplo toprpedo) com a ajuda de Mario Damonte e Carlo Molino.

O objetivo era bater recordes de velocidade e competir nas pistas europeias. Estranho por ter duas carroçarias ligadas por ailerons e com um motor de 62 CV. Pesando apenas 450 quilogramas, era capaz de chegar aos 348 km/h, mas esteve em Le Mans e desistiu logo no princípio.

O insucesso do Bisiluro fechou a produção de automóveis e séries especiais, virando-se Nardi para os acessórios e peças. Foi nessa altura que nasceram os magníficos volantes Nardi – com os aros em madeiras exóticas – surgindo pela primeira vez num Pégaso de 1952. Daí em diante, o resto é história: perdeu-se um mau construtor, ganhou-se um excelente fabricante de acessórios que ainda hoje é famoso.

Ensaios: consulte os testes aos novos carros feitos pelos jornalistas do Auto+ (Clique AQUI)