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Novo BMW Série 1 terá foco no espaço e versatilidade e não no comportamento

By on 11 Março, 2019

Está pronto! O novo Série 1 da BMW será revelado no Salão de Frankfurt e estará à venda ainda este ano, com uma totalmente nova definição técnica, embora o exterior seja uma evolução do modelo atual.

A terceira geração do Série 1 será totalmente diferente do atual por baixo da carroçaria, abandonando a tração traseira em favor da tração às rodas dianteiras, recebendo a mesma plataforma usada pelo BMW X1 e pelo Mini Countryman. Quando foi lançado há 15 anos, em 2004, o Série 1 era um tração traseira, mesmo que ao longo dos anos, muitos dos seus utilizadores não se tivessem apercebido disso. Finalmente, o Série 1 segue os passos do Mercedes Classe A e Audi A3 e torna-se num tração dianteira.

Para além do facto dos clientes não se aperceberem quais as rodas que empurravam o carro, a BMW tem nas mãos um estudo que revela, claramente, que os clientes do Série 1 estão muito mais interessados num carro que seja versátil e que tenha mais espaço interior, do que num automóvel com um excelente comportamento em estrada. Preferem a segurança ao comportamento, o bem-estar a bordo que o desconforto de um desportivo. 

Não seria preciso este estudo da BMW para se saber isso, já que a Mercedes e a Audi, para além dos restantes rivais do segmento, há muito que privilegiam conforto, espaço e versatilidade face ao comportamento.

Porém, há um fator que acaba por ser determinante: fontes internas da BMW sugerem que com a implementação desta plataforma e a localização transversal dos motores, a BMW poupa mais de 660 euros em cada carro, à saída da fábrica. Ora, a BMW vendeu cerca de 130 mil Série 1 na Europa (201 968 unidades em todo o mundo), pelo que este valor não é nada negligenciável: serão cerca de 1,3 mil milhões de euros poupados com esta alteração, dinheiro muito necessário para o desenvolvimento dos modelos elétricos e da condução autónoma.

Juntando-se a esta ideia economicista, o facto do eixo traseiro poder ser mais simples que atualmente, pois não precisa de albergar um diferencial mais o veio de transmissão, além de conseguir enormes economias de escala por poder partilhar componentes com a Mini, o que permite aumentar um pouco mais a poupança na produção do novo modelo.

Tudo junto, percebe-se porque a BMW mudou de forma radical o “layout” do Série 1, embora este não seja o primeiro Série 1 com tração dianteira, pois desde 2016 que a casa bávara venda, apenas na China, um Série 1 de quatro portas. A plataforma FAAR é uma evolução da UKL que está nos Mini e no Série 2, podendo receber motores a gasolina, diesel, híbridos e motorizações elétricas. Assim, o Série 1 terá a versão de cinco portas. O Série 2 vai receber a mesma plataforma para o Gran Coupe e para o Active Tourer e a CLAR (plataforma de tração traseira desenvolvida para o novo Z4), para o Coupé e para o descapotável. O Série 1 só terá versões de cinco portas, desaparecendo a versão de três portas.

Naturalmente que a BMW não vai deixar que os seus pergaminhos e ADN se percam com esta mudança de rota do Série 1. A casa alemã vai oferecer o M130iX, automóvel que receberá o bloco 2.0 litros turbo com 305 CV, receberá tração integral e uma afinação de suspensão específica. Será, na altura do lançamento, o modelo mais potente, ficando ligeiramente abaixo do atual topo de gama, o M140i. E isto explica-se porque dificilmente o Série 1 terá motores de seis cilindros e porque o Série 2 receberá as versões mais desportivas.

Contas feitas, o Série 1 terá uma oferta inicial de cinco motores a gasolina e três motores diesel, bem como uma versão híbrida a gasolina, estando disponível a tração integral para as versões mais potentes. A gama a gasolina tem na base o bloco 1.5 litros com 140 CV e 262 Nm (118i), seguindo-se o motor de 2.0 litros com 190 CV e 279 Nm (120i), 224 CV e 309 Nm (125i) e 265 CV com 379 Nm (130i). No lado diesel, lá estará o bloco 2.0 litros com 150 CV para o 118d, 190 CV para o 120d e 230 CV com 498 Nm de binário para o M135dX.

No que toca ao estilo, percebe-se, claramente, que o facto dos motores serem transversais, permitiu reduzir, bastante, o tamanho do capô dianteiro, avançar os pilares A e, não mexendo nas proporções do nem no estilo base, tornar o Série 1 mais interessante e mais habitável. A distância entre eixos será maior, as vias serão mais largas, e a mudança na arrumação de todos os componentes fará a diferença, permitindo portas maiores e com maior ângulo de abertura, favorecendo a habitabilidade e a acessibilidade.

Como referimos acima, a gama do Série 1 será complementada com os modelos da Série 2, oferecendo, assim, um cinco portas, um coupé, um coupé de quatro portas, um descapotável e um monovolume compacto que deixará de ter a companhia da versão de sete lugares.

As variantes híbridas surgirão mais tarde, em 2020. O primeiro será o 125 xe, que oferece o bloco de 1.5 litros com 3 cilindros e 140 CV com 219 Nm de binário, acoplado a um motor elétrico com 90 CV e uma bateria de 11.6 kWh. Contas feitas, o 125xe terá 228 CV e uma autonomia em modo elétrico de 80 km. 

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