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Presidente da Renault promete restaurar a boa saúde da parceria com a Nissan

By on 13 Junho, 2019

A reunião de acionistas da Renault foi dura, mas Jean-Dominique Senard, presidente da Renault, prometeu que iria reparar a quebra de confiança entre a casa francesa e a Nissan, deixando a porta aberta a um acordo futuro com a Fiat Chrysler Automobiles (FCA).

As palavras de Senard foram claras, “a prioridade é restaurar uma aliança forte”. Isto apesar da confiança entre as duas partes ter chegado a um ponto muito baixo. “Mas ainda com possibilidade de ser recuperada” assegura Senard. Serão precisos “tempo, paciência e esforço de ambas as partes” lembrou.

Esta foi a primeira vez que Senard, 66 anos, enfrentou os investidores da Renault, desde que assumiu a presidência da casa francesa, no seguimento da saída de Carlos Ghosn, acusado de crimes financeiros no Japão. Foi ele o escolhido pelo acionista de referência da Renault, o Estado francês, para recuperar as ligações com a Nissan.

Curiosamente, parece que veio enervar ainda mais os executivos da Nissan, colocou-os entre a espada e a parede com a fusão com a FCA e ainda soube acusar o Estado francês pelo abortar do negócio com o grupo italo-americano. Antes já tinha dinamitado a fusão entre a Renault e a Nissan.

Sobre estes assuntos, Jean-Dominique Senard confessou-se “desapontado”, particularmente com o recuo da FCA, revelando que o acordo não vinculativo estava pronto para ser assinado, tal como o AUTOMAIS tinha revelado. Senard acusou o Estado francês pelo fracasso de um plano que, nas suas palavras, “era notável e excecional que iria gerar sinergias raramente vistas na indústria automóvel. Fiquei cativado, mas agora não sei se será possível ser recuperado.”

Não deixou de tocar no assunto Carlos Ghosn, dizendo que “deixou a Aliança mais prejudicada do que inicialmente parecia” e por isso mesmo “estamos a concretizar um novo recomeço que precisa de ser confirmado pelas duas partes.”

O presidente da Renault lembra que o poder pouco habitual que Carlos Ghosn detinha ao ser presidente da Renault, da Nissan e da Mitsubishi, foi o cimento que permitiu manter a unidade da Aliança.

Senard aproveitou para explicar que no centro dos problemas está uma desequilibrada participação no capital das empresas e um acordo de governança lançado em 2015 e que precisa de ser revisto. A Renault tem 43% do capital da Nissan, esta só tem 15% da casa francesa, mas sem direito a voto, e o tal acordo de governança limita a influência na Renault sobre a Nissan. 

As desavenças têm sido grandes: a Nissan rechaçou qualquer acordo de fusão entre a Renault e a Nissan, a casa francesa retaliou e bloqueou mudanças na governança da Nissan, exigindo mais lugares de decisão no conselho de administração da casa japonesa. Passada essa nuvem negra, Senard acredita que conseguirá chegar a acordo com a Nissan para a composição das administrações das duas empresas. Mas para isso impõe condições: Senard apoia a reforma da liderança da Nissan desde que esta aceite que os dois membros da Renault na administração fizessem parte dos comités de gestão. Recordamos que a Nissan ofereceu á Renault a participação, apenas, de Senard nesses comités, a Renault insiste que Thierry Bolloré, CEO da casa francesa, tambºem deve participar.   

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