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Primeiro ensaio Peugeot 508 SW BlueHDI: uma bela carrinha

By on 30 Maio, 2019

Os olhos também comem e por isso acredito que quando olhar para a 508 SW não vai conseguir evitar dizer “que bela carrinha!” Já tinha experimentado o modelo aquando da sua apresentação internacional pelo que vou recordar-lhe o que disse na altura, pois já passaram largos meses desde essa ocasião. E a verdade é que aquilo que disse na altura está perfeitamente atualizado, ficando uma opinião mais profunda sobre o carro para quando o AUTOMAIS fizer o ensaio completo. 

Esta 508 SW tem uma carinha laroca que não deixa ninguém indiferente, tendo sido criada não para ser a melhor do segmento na bagageira, na habitabilidade ou na acessibilidade. Foi feita para lhe oferecer prazer de condução e qualidade à imagem daquilo que se faz no segmento Premium. Enfim, tentativa de oferecer caviar ao preço de caracol. E olhem que a Peugeot ficou muito perto de o conseguir!

Além do corpinho que o Centro de Design da Peugeot lhe deu, o 508 SW destaca, ainda, um tejadilho descendente com abraça portas sem moldura, uma técnica muito usada pelas marcas Premium nas berlina de topo. Faz sentido: o 508 é o topo da gama Peugeot! Não parece, mas o 508 SW (de Station Wagon, à inglesa) é comprido: 4790 mm, mais 40 mm que o modelo anterior, ganhos, essencialmente, na traseira. Com 40 quilos a mais que a berlina (nem parece!) o tejadilho também está 17 mm mais alto. Ou seja, a carrinha é mais gordita, mas nem por isso deixa de ter charme.

A capacidade de carga não é recordista, mas como me lembraram os responsáveis da marca o ano passado, não fizeram uma carrinha a pensar em rivalizar, em termos de bagageira e de arrumação, com o VW Passat ou o Skoda Superb. Fizeram, sim, uma carrinha elegante que não fica nada mal na fotografia no que toca à mala. 

E não faz não senhor, pois com mais 25 mm de comprimento do piso da mala, a capacidade chega aos 530 litros. Nada mau se lhe disser que o anterior 508 SW tinha 487 litros de capacidade e que os rivais alemães (BMW Série 3 e Mercedes Classe C) não vão além de, respetivamente, 495 e 490 litros. E rebatendo o banco traseiro em 60/40 ou na totalidade, através de duas aletas colocadas na bagageira, fica com 1780 litros de capacidade. 

O interior do 508 SW continua a nos fazer soltar um “ahhhh, uhhhh” pois está desenhado com uma sobriedade rebelde que nos coloca encapsulados no nosso banco (certificado pela AGR, a mesma que faz isso aos bancos da Opel) com tudo orientado para o condutor, inclusive o enorme painel de instrumentos virtual. A prática faz a perfeição e no caso do Peugeot i-Cockpit, parece que os homens do estilo interior afinaram a ideia e no 508 resulta sem problemas. A posição de condução é encontrada num ápice, o pequeno volante cai bem nas mãos e os revestimentos deram mais um salto qualitativo. Ali um ou outro material menos robusto ou agradável ao toque, não estraga uma fotografia de um interior espaçoso funcional e de bom gosto.

Habitabilidade não suscita críticas até porque há mais espaço, atrás, para a cabeça devido à forma do tejadilho que está sobrelevado cerca de 17 mm face à anterior geração. Perdão, há uma crítica: a largura do banco não permite que três pessoas viajem de forma perfeitamente confortável no banco traseiro. E outra critica: a acessibilidade não é das melhores. Ah e mais uma: a habitabilidade não é, de todo, recordista. Mas como disse no início, não é isso que importa e a verdade, verdadinha, é que não falta espaço atrás, desde que quem conduza não seja um Shaquille O’Neil ou outro moço desse calibre.

Confortável e audaz

Com uma suspensão que deita mão a estruturas McPherSon, à frente, e eixo multibraços (atrás), o 508 SW tem um pisar suave e refinado que absorve bem as irregularidades. O conforto geral é muito bom, muito por culpa dos amortecedores adaptativos que são muito progressivos. Nas versões sem este dispositivo, as pancadas nos limitadores de curso são mais evidentes, mas nem assim o conforto fica beliscado.

Com uma direção bem assistida, mas desprovida de sensibilidade, o 508 SW acaba por conseguir ter um excelente comportamento, com os vários modos de condução a endurecerem os amortecedores para um ainda maior controlo do carro em estrada. Os modos de condução mexem, também com o binário, com a direção e com os amortecedores, endurecendo tudo um pouco mais. É verdade que o 508 SW não é um automóvel excitante de conduzir, mas também é verdade que não se desenvencilha nada mal de traçados bem sinuosos. As jantes de 18 polegadas com pneus Michelin Pilot Sport também deram a sua ajuda. E as versões com jantes de 17 polegadas, adicionam um pouco mais de conforto sem prejudicar o bom comportamento.

O motor 1.5 Blue HDI é muito redondo e apesar do escalonamento da caixa muito longo, consegue-se um ritmo muito agradável e condizente com o aspeto desportivo do 508 SW. Se optar pelos modos de condução (Eco, Normal, Sport e Individual) terá ao seu dispor vários carros num só. E vejam lá como o trabalho está bem feito que o 508 SW com jantes de 19 polegadas, nem pestaneja ou cobra fatura com pancadas secas nas costas. Para mim, o melhor motor é mesmo o 2.0 litros Blue HDI, mas teremos de esperar pelos ensaios aqui em casa para lhe dizer algo mais de concreto.

Veredicto

Linda de morrer, a carrinha do 508 não é só uma carinha laroca. É refinada, tem qualidade, um comportamento capaz sem ser exuberante, muita tecnologia e… é linda! Se estiver a compará-la com os dominadores alemães, acreditem que têm aqui uma belíssima alternativa. Os preços não são extraordinários, mas a Peugeot já nos habituou a oferecer muita coisa em troca do dinheiro que pede pelos seus carros. Para os preços, os equipamentos e toda a parte técnica e tecnológica do 508 SW, veja as ligações no final deste primeiro ensaio nacional.

Toda a tecnologia do Peugeot 508 SW pode ler aqui

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