Passeio dos Alemães: Máquinas germânicas na estrada com a chancela ACP
Grupo Volkswagen pretende reavivar o icónico Scirocco como automóvel desportivo elétrico

Produção do Volkswagen mais conhecido do planeta teve início há 78 anos

By on 7 Janeiro, 2023

Não há ninguém que não conheça o Carocha, ou o Volkswagen Beetle, ou Bug. É um dos modelos mais icónicos do mundo e que soma mais de 21 milhões de unidades produzidas, mas também uma produção em série com um histórico que completará este ano o seu 78º aniversário.

Ao longo deste tempo, o Volkswagen Beetle contou apenas com três gerações, sendo que a primeira da versão “original” esteve em produção até ao final de julho de 2003, na linha de montagem da fábrica de Puebla, no México. E para recordar um pouco da história deste modelo, é a própria Volkswagen que divulga alguns dos pormenores mais interessantes da sua história e que muitas pessoas podem nem sequer conhecer.

Modelos do Beetle desde 1938 até 1975

Até ao final da Segunda Guerra Mundial, em 1945, apenas 630 unidades do “carro do povo” conhecido como o “KdF-Wagen” tinham sido construídas, fruto da escassez de material consequente do pós-guerra. A fábrica, que viria a tornar-se na atual unidade fabril sedeada em Wolfsburgo, havia sido destinada à produção da indústria de variado armamento militar alemão no tempo da guerra. O local foi ocupado pelas tropas dos Estados Unidos no dia 11 de abril de 1945. Em junho de 1945, o Governo Militar Britânico assumiu tutela da fábrica, incluindo a totalidade dos seus 6.000 trabalhadores.

No dia 22 de agosto de 1945, o recém nomeado Diretor, o Major Ivan Hirst de 29 anos, recebeu um pedido inicial de 20.000 veículos, proporcionando-se a continuidade da fábrica e um novo futuro para os seus colaboradores. Este contexto foi decisivo para o término da ameaça da descontinuidade e consequente desmantelamento da fábrica.

Os veículos foram destinados principalmente para serem usados pelos Aliados no período da “Ocupação”, mas também para ajudar a fornecer serviços de cuidados de saúde nas zonas rurais. A produção média mensal foi de cerca de 1.000 veículos no período de 1946- 1947. Apenas depois da reforma monetária, em junho de 1948, começou a surgir um número significativo de compradores particulares.

As raízes britânicas da Volkswagen são ainda hoje evidentes. Foram os britânicos que converteram a fábrica numa unidade de produção de veículos destinados à população civil, incidindo o caderno de encargos na garantia da qualidade dos mesmos. Prestaram particular atenção ao serviço e satisfação das necessidades dos clientes e criaram uma rede de concessionários que, em 1948, já abrangia todas as três zonas ocidentais da Alemanha. O início das exportações em outubro de 1947 marcou um primeiro passo para a internacionalização. As primeiras eleições da Comissão dos Trabalhadores aconteceram em novembro de 1945, apenas seis meses após o final do conflito mundial, tendo sido introduzidos os princípios da participação democrática dos empregados na gestão da fábrica. Em outubro de 1949 a companhia Volkswagenwerk GmbH começou a ser gerida por responsáveis alemães, passando a ocupar a “pole-position” no início do milagre económico da Alemanha.

O Dr. Manfred Grieger, Diretor da Volkswagen Aktiengesellschaft do Departamento Corporativo Histórico, resume: “A Volkswagen teve muita sorte com o facto do robusto Beetle ter servido para ajudar o Governo Militar Britânico a desempenhar as suas funções administrativas, bem como com o facto de ter encontrado em Ivan Hirst o homem certo para dirigir a organização. O hábil e pragmático britânico deu à fábrica e aos seus colaboradores uma visão, motivando igualmente os militares britânicos e os trabalhadores alemães para transformar a débil capacidade produtiva num bem-sucedido negócio orientado para o mercado. O Ivan Hirst conhecia as qualidades do Volkswagen Saloon e foi capaz de as traduzir no mercado“.

Ensaios: consulte os testes aos novos carros feitos pelos jornalistas do Auto+ (Clique AQUI)