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Renault Spider faz… 25 anos! Parabéns!

By on 7 Julho, 2020

A Renault tem na sua história alguns modelos que vão ficar para sempre gravados no imaginário dos amantes do automóvel, mas um deles foi verdadeira pedrada no charco há 25 anos. 

Tudo começou em 1990, no Salão de Paris, com um protótipo cuja designação não tinha nada a ver com o que viria depois: Renault Laguna Roadster. A ligação ao Laguna percebia-se – dar um empurrãozinho a um carro que precisava de incrementar vendas. Porém, ninguém acreditava que o protótipo de um desportivo sem tejadilho, sem para brisas (havia um defletor de vento) e com portas de abertura em tesoura, fosse produzido alguma vez. 

Porém, este protótipo escondia o desejo da Renault em ter um automóvel fora da caixa que tivesse aquilo que não havia nos modelos de estrada da casa francesa: prazer de condução! 

Afinal, o protótipo Laguna Roadster deu mesmo origem a um carro de estrada. Foi elaborado um caderno de encargos, um primeiro estudo e dada a luz verde para um grupo de engenheiros avançar com uma versão de homologação de estrada que ajudasse a amortizar os custos de desenvolvimento. Nascia assim o projeto W94, que mais ficou conhecido como Spider Renault Sport.

Apresentado ao público no Salão de Genebra de 1995, o Spider começou a ser produzido na fábrica da Alpine, em Dieppe. O Spider ostentava, com orgulho, o “carimbo” da Renault Sport, a divisão desportiva da marca.

O motor colocado em posição central-traseira e o chassis em alumínio permitiam sensações de condução únicas, tanto em estrada como em pista, com uma versão de competição usada durante vários anos. 

A necessidade de baixar o peso refletiu-se no interior quase despido de tudo o que é supérfluo, com bancos semelhantes aos de competição, um arco de segurança, prescindindo do ABS, da direção assistida e do sistema de climatização. Tudo para o deixar perto da competição, sensação ampliada pela ausência de tejadilho e de um para-brisas digno desse nome, o que obrigava os dois ocupantes a utilizar capacete nas deslocações de maior distância.

O motor 2.0 com 150 cavalos às 6000 rpm, tinha 1998cc e um binário máximo de 185 Nm às 4500 rpm, era o mesmo do Clio Williams, sendo capaz de chegar aos 213 km/h, com 6,9 segundos dos 0 a 100 km/h. 

As suspensões de triângulos sobrepostos à frente e atrás, com barras estabilizadoras, a repartição de peso 42:58 (na versão com para brisas) e a curta distância entre eixos permitiam uma agilidade impressionante, tanto em estrada como em pista. A tração traseira, a ausência de ABS e de direção assistida, faziam as delícias dos puristas.

Um ano após o lançamento, a Renault passou a oferecer uma versão com para brisas convencional, uma solução que aumentava a proteção aerodinâmica dos ocupantes e permitia montar uma capota rudimentar para proteger o interior da chuva. Tudo o resto ficou igual

Em 1995, Christian Contzen, Diretor da Renault Sport, apresentou o protótipo de um “Spider Trophy”. Sem homologação para estrada e destinado exclusivamente para utilização em pista, o Spider Troféu era em tudo similar à versão com matrícula, embora com componentes mecânicos devidamente adaptados para utilização numa competição em pista. 

O motor 2.0 16V beneficiou de um sistema de injeção diferente, de um escape de competição e de uma nova gestão eletrónica para chegar aos 180 cavalos de potência, enquanto a transmissão recebeu uma caixa manual de dentes direitos e com seis velocidades. Foram produzidas apenas 90 unidades.  

Entre 1995 e 1999, a Renault vendeu 1.726 Spider em todo o mundo – em Portugal só se venderam 7 carros em dois anos (1996 – 1998) – pelo que o Renault Spider é um clássico raro que cumpre 25 anos. Mas será eterno já que não se acredita que alguém volte a ter a ousadia de lançar um carro assim.

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