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Toyota EPU é a visão futura da Hilux 100% elétrica

Toyota Hilux comemora 50 anos e João Ramos oferece a prenda sendo campeão

By on 30 Outubro, 2018

O convite feito pela Toyota Caetano Portugal lembrava os 50 anos da empresa fundada por Salvador Caetano, os 50 anos da Toyota Hilux e, ao mesmo tempo, levar-nos-ia até Portalegre para ver o neto do fundador da Toyota Caetano sagrar-se campeão nacional de Todo o Terreno, ao volante de uma Toyota Hilux V8.

A ideia era sair de Lisboa ao volante de uma Toyota Hilux das mais recentes e demandar Avis para ficar a pernoitar na Herdade da Cortesia. Um espaço absolutamente fabuloso, quê serviu de albergue antes de assistir a algumas passagens de João Ramos no percurso da baja Portalegre 500, ao volante de um Toyota Hilux longinquamente parecida com aquela que me levou até Avis e com um tonitruante motor V8.

Tocou-me em sorte uma Hilux Trial, a versão de três lugares e duas portas mais duas pequenas disfarçadas. Havia várias opções de percurso e como fui um privilegiado que seguiu sozinho rumo ao Alentejo, escolhi marimbar-me para o “road book” que, gentilmente, a Toyota idealizou para seguir por estradas menos conhecidas e mais retorcidas. Não, a Hilux não é um carro de corridas – a do João Ramos é, mas não tem nada a ver com a “minha” e tem um V8 que adora poder ter na Trial – mas evitei trânsito, ciclistas, motociclistas e polícias que são coscuvilheiros e gostam de saber a que velocidade vamos.

A viagem fez-se sem grandes percalços saindo da autoestrada logo a seguir á Marateca, descontando alguns jovens que pelo ritmo “allegro vivace” que ensaiei nas estradas municipais a caminho de Avis, se “picavam” e exibiam os seus curtos dotes de condução. A um deles faltou-lhe, mesmo, o talento a meio de uma sequencia de curvas e o destino final foi a palha dos fardos colocados num terreno ao lado da estrada. Sem danos físicos ou materiais, apenas uma enorme nódoa no ego por ter entrado em despique com uma “pickup” conduzida por um “velho” e acabar no meio da palha. Coisas da juventude…

Chegado a Avis, ainda passei pela Adega Coopertiva, fechada, onde durante anos a fio fui buscar azeite e vinho, dei um saltinho ao café para cumprimentar uma mão cheia de conhecidos. Ah! e ainda passei por Mora – não, não fui ao fluviario – para o inevitável e saboroso encontro com as empadas do senhor Francisco.

A Herdade da Cortesia é um espaço onde o ser divino deverá ter pernoitado. A mistura de cores, cheiros e paisagem é deslumbrante e a gastronomia não fica nada atrás. Poderia aqui vos falar sobre os preguinhos de secretos de Porco preto ou os enchidos com destaque para a farinheira e… bom não é para isso que me convidaram e o Automais nçao é um roteiro gastronómico, mas um sítio de internet e um jornal para quem quer comprar automóvel ou gosta do automóvel.

Que posso dizer da Hilux? Não foi esta viagem – e depois o regresso feito de noite sempre em autoestrada a seguir à N2 após sair de Portalegre – que alterou a minha opinião sobre a líder de mercado. Não sabia? A Toyota Hilux (que deve o seu nome á junção das palavras High e Luxury) liderou as vendas de “pick-up” em Portugal nos últimos cinco anos, chegando a uma quota de mercado superior a 40%, detendo, neste momento, quase 40% do mercado. Uma performance que se justifica por várias razões.

Primeiro pela tradição Hilux em Portugal. Depois na sua robustez incrível que não se foi perdendo ao longo do tempo. Finalmente, a versatilidade e capacidade de trabalho que leva os clientes a escolherem a Toyota.

A questão é outra? É a Toyota Hilux a melhor pick-up do mercado?

Diria que não é a melhor. Porém, é a mais equilibrada e a que melhor satisfaz os desejos de quem compra um carro destes. Podem me falar da Volkswagen Amarok ou da Mercedes Classe X, mas enquanto a primeira aposta numa definição Premium, a segunda faz o mesmo, mas tendo uma base mais plebeia, a Nissan Navara.

Já a Toyota Hilux consegue ser muito mais e com a junção da versão Premium Edition, oferece, literalmente, uma opção para cada exigência, desde o carro de trabalho até ao modelo de luxo. Pode sempre parecer ridículo pagar quase 50 mil euros por um carro que, na base, é uma mula de trabalho, mas os americanos, por exemplo, não pensam assim. Mas são americanos, não é?

Eu, confesso já, se pudesse tinha aqui ao pé de mim uma Hilix Premium Edition. Faria algumas alterações para espigar um pouco mais o motor, pois um enorme quatro cilindros turbodiesel com 2.4 litros debitar apenas 150 CV é confrangedor. É verdade que a Hilux se mexe muito bem – uma pick-up com 2210 kgs chegar dos 0-100 km/h em 12,8 segundos e alcançar os 170 km/h – mas face aos rivais, falta ali muita potência. Ah! mas com a caixa automática que a Toyota Caetano agora propõe no mercado com esta Premium Edition.

Muito evoluiu a Hiliux desde que nasceu em 1968 com um motor de 1.5 litros com 77 CV. Na altura era conhecia como Toyopet Store e ao longo do tempo foi conhecendo evoluções, funcionando como opção às versões pick-up feitas com base nos Corona e Corona Mark II. A segunda geração nasceu em 1972, exibindo um interior mais confortável, melhorias no estilo exterior e um motor de 2.0 litros com 83 ou 105 CV. A Toyota redesenhou, totalmente, a Hilux em 1975, tendo recebido uma versão atualizada do motor 2.0 litros.

A versão N30, a terceira geração da Hilux, volta a surgir (em 1978) totalmente diferente em termos estéticos e com versões de quatro rodas motrizes e cabinas de dois, três e cinco lugares. A varante N40 oferecia mais conforto e o motor com 2.4 litros com 98 CV além de um bloco diesel com 2.2 litros a debitar 63 CV.

A evolução estética da quarta geração da Hilux foi mais modesta, mas trouxe inúmeras novidades, como a cabina extra e um novo motor com injeção e motores turbodiesel, aproveitando para lançar durante os cinco anos desta geração várias evoluções (N50, N60 e N70). O bloco 3.0 litros V6 a gasolina tinha 157 CV, o bloco 2.3 litros não ia além dos 98 CV, enquanto os blocos diesel tinham 63, 84 (turbo) e 94 CV (turbo com injeção direta). A quinta geração arredondou-se mais um pouco e durou quase uma dezena de anos, passando por várias evoluções. Esta foi a última geração da Hilux nos Estados Unidos, pois o crescimento das dimensões levou a casa japonesa a lançar nos EUA a Tacoma, mais apropriada aos grandes espaços norte americanos. Curiosamente, a Volkswagen vendeu a Hilux como VW Taro entre fevereiro de 1989 e março de 1997. Além de vários blocos a gasolina cm potências entre os 79 e os 152 CV, havia dois diesel, um com 2.4 litros e 90 CV e outro com 2.8 litros com 90 CV.

Durou nove anos a sexta geração da Toyota Hilux, surgindo quatro alterações ao longo deste tempo, com a existência de várias cabinas diferentes. Esta foi a última geração da Hilux que foi produzida no Japão, tendo parado essa produção em 2005. Os motores eram, sensivelmente, os mesmos que na geração anterior.

Já a sétima geração mostrou uma evolução notável no estilo, com três tipos de cabina e versões de lazer. Como sempre motores a gasolina e diesel com potências entre os 145 e os 306 CV, graças aos motores V6 com 4.0 litros usados na África do Sul, por exemplo, com o 3.0 litros turbodiesel a oferecer 165 CV versão D4D. Já o motor 2.0 litros turbodiesel debitava 145 CV. Viveu durante 11 anos, conheceu dois “facelift” e terminou a sua vida quando a Toyota lançou a oitava geração em 2015 e que está, atualmente, em comercialização.

Hoje é um automóvel maduro, com um estilo interessante, versatilidade importante e maior conforto que no passado, apesar de não haver milagres quando se utiliza um eixo rígido e um chassis de longarinas com a carroçaria aparafusada. Mesmo assim, tenho de dizer que no percurso que fiz até Avis pelas estradas referidas, ficou deliciado com o comportamento, agradecendo aos pneus que equipavam a Hilux Trial. O conforto é menos agradável, mas quem gosta deste tipo de veiculo sabe que é assim mesmo.

A Toyota Hilux é vendida em Portugal em versões 4×2 e 4×4, motor 2.4 D4D com caixa manual ou automática, cabina simples com caixa metálica, cabina extra com três lugares e cabina dupla com caixa metálica. Os preços vão dos 26.040 aos 29.255 euros, com a variante Tracker, de lazer a custar 31.630 euros.

As versões 4×4 são mais numerosas com cabina simples, extra e dupla, chassis-cabina sem caixa de carga e as variantes de lazer Trial e Tracker de 3 e 5 lugares. Os preços vão dos 27.980 aos 31.310 euros, passando nas versões de lazer, a valores entre os 40.930 e os 41.680 euros. Finalmente, a Premium Edition com três ou cinco lugares e caixa automática, custam, respetivamente, 42.450 e 47.950 euros.

A prenda pelos 50 anos de vida da Toyota Hilix foi dada por João Ramos. O piloto da Toyota Caetano Racing, neto do fundador da Salvador Caetano, levou a sua Toyota Hilux V8 ao final da Baja 500 Portalegre e sagrou-se Campeão de Portugal de Todo o Terreno. Parabéns Toyota Caetano Portugal! Parabéns João Ramos! Parabéns Toyota Hilux!

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